quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Crítica ao jornal "O Politécnico"

Hoje recebi uma cópia do jornal "O Politécnico". Após a leitura resolvi fazer uma crítica de tudo que lí no jornal:

1 - Capa: Não sei qual foi a idéia, mas algo como

"e ensino
na uni-
versida-
de,
bolivaria-
nismo,
fotografia
e mais!"

Me parece mais uma piada, ou um meta-poema, do que a capa de um jornal. Talvez o cara que escreveu era gago?

2 - (Espalhados pelo jornal todo). Algumas partes do texto estão mal diagramadas, por exemplo quando aparecem frases do estilo:

" Participe dessa breve viagem pela
cultura francesa! ."

Será que os politécnicos não sabem usar o Word? Ou o OpenOffice?

3 - Entrevista com Neli Wada (vulgo "tia da greve"): Como pode na entrevista, o entrevistador falar mais que a entrevistada? Vamos lá, aprendendo a fazer uma entrevista:

- Não é uma reunião do AA, "Oi meu nome é Neli, tenho 22 anos e tenho um vicio". Quem apresenta o entrevistado é o entrevistador. De preferência com alguns elogios e algo que faça o leitor querer ouvir a opinião de tal pessoa.
- Entrevista não é um julgamento, "Mas e que trabalho do sindicalista é esse de fazer greve e não trabalhar?", Estamos falando de todos os sindicalistas do Brasil? Estamos falando da Tia (Neli Wada)? Estamos acusando a Neli de não trabalhar?
- Entrevista não é aula de historia, "Qual é o fundamento da greve?", favor digitar no google: fundamentos da greve. Com certeza você achará informações mais precisas do que a opinião da Sra. Neli.

A lista poderia continuar indefinidamente, tem tanta coisa errada e ruim nessa entrevista que até parece que a Sra. Neli, cuja falta de admiração entre os politécnicos é famosa, é gente boa! Parece uma santa, culta e tranquila. Imagem esta que difere totalmente da tia segurando um microfone no carro de som gritando "Facistas" e tocando axé para interromper as aulas na frente dos prédios da Poli. Imagem que difere a senhora que gerou uma briga (que eu estava presente, assistindo) entre os funcionários e alunos da Poli após luta pelo microfone.

4 - "Não tá legal", a idéia pareceu boa, um lugar onde os alunos possam reclamar dos problemas que encontram na Poli. Mas pense nisso: é mais fácil reclamar ou corrigir? Será que precisamos de mais gente reclamando? Cabe a quem reclama também propor soluções. Reclamar por reclamar não é nada moderno e inovador como deveriam ser os Politécnicos.

5 - Tirinha polêmica: Eu achei engraçado. Mas a crítica aqui não vai para a tirinha em sí, e sim para a quantidade de bobagem que veio comentando a tirinha. Muitas palavras sobre liberdade de expressão, religião e até o codigo penal entrou na brincadeira (artigo 208, ultraje ao culto). Vocês devem estar de brincadeira né? Esta divagação editorial, em conjunto com a opinião dos colegas Haydee Svab e Rodolfo Benevenuto, caracterizou claramente a razão pela qual nenhum jornal da Poli vai ser levado a sério. As pessoas que estão envolvidas neste trabalho (tradicionalmente) não poderiam estar mais longe de representar a massa politécnica. São pessoas que admiram o jornalismo e tentam passar um ar de cultura. Vamos a um exemplo:

Do texto do colega Haydee: "Que a Universidade seja um espaço de pensamento crítico, de debate sobre a realidade, não de simples aceitação do status-quo."

Oras, que diabos tem a ver a Universidade com a publicação de uma tirinha que tem Jesus no jornal "O Politécnico"? A Universidade é muito maior que O Politécnico, e me parece um certo exagero colocar em risco a liberdade de expressão da Universidade, ou falar que o debate aqui é surreal (ou imaginario). É uma tentativa pifia de dar importância a um assunto totalmente aleatório, para que o colega possa expressar sua "Revolucionaridade" contra a "opressão do reitor e da classe dominante". Desculpa, você está no século 18? Ah tá...ainda se o reitor tivesse proibido a publicação de "O Politécnico", talvez faria algum sentido falar sobre o espaço da Universidade e seus debates.

Do texto do colega Rodolfo: "O politécnico, não deveria promover obras de conteúdo desrespeitoso, principalmente quando este é previsto inclusive pelo código penal brasileiro." Se aquele saiu do século 18, esse deve ter saido do DOPS. Vamos por partes, primeiro que lendo só a frase do colega, parece que o jornal colocou a foto de Jesus transando com um travesti, com uma agulha de heroina espetada no braço, ouvindo música eletrônica e estudando cálculo IV. Não é o caso, Jesus na tirinha não passa de um coadjuvante, inclusive pronto para operar um milagre. Citar o código penal então foi a cereja no topo do bolo. Só me diga quem foi injuriado com a tirinha? Jesus? Qual foi a injuria cometida? Jesus não pode aparecer com uma coroa de espinhos? Os dedos do pé dele estão mal desenhados? O artista não retratou Jesus de maneira correta? Ê lê lê... quanta besteira.

Foi então que senti muita saudade do "O Politreco" e joguei "O Politécnico" no lixo, lendo apenas o brilhante texto do colega Emir Nakagawa "Como seriam as leis da termodinâmica se o congresso nacional assumisse o controle da mãe natureza" que tem pérolas dignas de um Polinerds como:

Lei 1: "A energia se conserva"
Artigo 1 - (vetado)
Artigo 2 - Cria-se a Funbraterbras - Fundação Brasileira de Termodinâmica, Agricultura e Termologia do Brasil.
Artigo 3 - Delega-se à Funbraterbras o monitoramento de energia do universo e do Distrito Federal.
Artigo 5 - Estabelece-se o dia dezoito de novembro como o dia da entalpia, ponto facultativo em todas as repartições públicas com presença comprovada de entalpia.
Lei 2 - Artigo 2 - Declara-se Paulo Maluf o patrono da entropia no Brasil.

Ótemo!

As vezes falar besteira e mostrar gente vomitando no integra-poli é mais interessante do que ler besteiras que se julgam sérias.

Abraço

ps: Não sou perfeito
ps2: Todos os erros de portugues e acentuação são culpa exclusiva do deficiente sistema brasileiro... da minha cabeça maluca.

2 comentários:

Anônimo disse...

A verdade é que eu sou leigo em relação ao Jornaleco ''O Politécnico'' mas ficou claro pra mim que as críticas do mesmo tem fundamento. Sem ao menos ler esta edição do Jornal (como tbm nenhuma edição anterior e possivelmente futura kkkk do mesmo jornal exclusivo desse grupo da USP), posso afirmar categoricamente, e pela minha sensibilidade artística e crítica que pelo menos essa edição foi mal redigida, mal argumentada, mal desenvolvida, a entrevista não li, mas pelo que ele fala parece que o entrevistador quer dominar, se exibir e o começo parece tão bizarro, parece que a entrevistada se apresenta sozinha......... rssss
E a pergunta qual o fundamento da greve me parece ser totalmente podre.
Até mais!!!!

Anônimo disse...

Muito bom!